sexta-feira, 29 de julho de 2011

Capitão América chega pra mecher com o cinema!



Filmes de super-heróis não têm meio termo: ou você ama ou você detesta. Para aqueles que fazem parte do segundo time, o principal argumento é o fato de que tais "criaturas" seriam impossíveis em um universo real. Para os que gostam, a defesa é de que não há necessidade em levar tudo a ferro e fogo, uma vez que o objetivo destas produções é apenas entreter. Caso o leitor goste deste tipo de filme, o texto foi feito especialmente para você. Caso contrário, fica a sugestão para não prosseguir com estas linhas, já que irão tratar sobre um dos maiores ícones da Marvel Comics: o Capitão América.

Embora haja certo exagero nacionalista por trás de sua criação, uma vez que trata-se do herói que mais defende o american way of life, utilizando, inclusive, as cores da bandeira dos Estados Unidos em seu uniforme, uma coisa não se pode negar a Steve Rogers e seu alter-ego heróico: ele é uma pessoa de caráter inabalável e que procura, de todas as formas, promover o bem. Portanto, a cor do seu uniforme é o que menos interessa em sua trajetória, pois se ele usasse as cores de outras bandeiras em sua roupa ele iria soar exatamente desta maneira.

Para quem não conhece a história, Steve Rogers era um jovem franzino, constantemente vítima de bullying (termo que está na moda) e com uma saúde debilitada. Porém, essa limitação não foi capaz de superar seu espírito de luta. Rejeitado diversas vezes para servir o exército e ir à Europa participar da II Guerra Mundial, ele tem sua chance quando o cientista Abraham Erskine faz um convite para o programa conhecido como Supersoldado.

Mesmo sendo o mais fraco dos participantes, seu caráter e inteligência o fazem a escolha perfeita para ser a cobaia. O resultado é sua transformação em um homem com habilidades e força quase sobre-humanas. Porém, os nazistas também contam em suas fileiras com alguém com as mesmas características, conhecido como Caveira Vermelha, líder de um braço dos nazistas conhecida como Hidra, e que tem ambições mundiais.

Fazendo possivelmente seu melhor trabalho como diretor, Joe Johnston cria uma atmosfera bem próxima da dos quadrinhos. O design da produção, aliado a um belo visual (em especial o uniforme do herói) e a boas cenas de ação, chama a atenção dos espectadores e não deixa difícil o espectador comprar a ideia que o diretor tentou vender. Mesmo as cenas de humor não soam deslocadas ou gratuitas, sobrando, inclusive, um breve tempo para fazer uma homenagem ao filme Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida (produção na qual Johnston foi técnico de efeitos especiais) em um diálogo no início da projeção.

Os atores e atrizes

O elenco contribui bastante para o bom desenrolar do filme. O veterano Tommy Lee Jones repete sua habitual competência ao dar vida ao Coronel Chester Phillips, um dos envolvidos. Stanley Tucci dá toda a sensibilidade a trágica figura de Erskine, o criador do soro. Hayley Atwell (agente Peggy Carter), Dominic Cooper (Howard Stark) e Neal McDonough (Dum Dum Dugan) também se destacam, em especial Cooper, que saiu-se muito bem como o futuro pai de Tony Stark (que virá a se tornar o Homem de Ferro).

Para o protagonista, Chris Evans, e o antagonista, Hugo Weaving, um parágrafo à parte. Enquanto todos comemoraram o ator australiano, que ganhou destaque nos papéis de Agente Smith na trilogia Matrix e do elfo Elrond na também trilogia O Senhor dos Anéis, a maioria recebeu com receio o fato de Evans encarnar um dos principais heróis da Marvel. Uma pelo fato de ele não ser um tanto quanto canastrão e outro porque ele já viveu um herói da própria Marvel anteriormente (o Tocha Humana, do Quarteto Fantástico). Mas Evans calou os críticos de plantão, dando ao Steve Rogers/Capitão América uma tridimensionalidade, sem que soe patético ou excessivamente espalhafatoso. Observa-se, por exemplo, a sua frustração em não servir ao exército do jeito que queria. Ou a firmeza ao saber de suas limitações e não deixar que isso o atrapalhe. Sua atuação rivaliza com a de Sunshine - Alerta Solar (filme de Danny Boyle). Weaving faz aquilo que se espera do vilão Johann Schmidt/Caveira Vermelha: perigoso, louco e constantemente ameaçador. Outro ator em seu lugar certamente não teria a mesma desenvoltura.

A produção pode não ser 100% eficiente, sobra algum patriotismo aqui e acolá e ainda alguma obsessão em interligar tudo com o universo dos Vingadores (vindouro filme que vai reunir a maioria dos heróis da Marvel), mas no geral, a Marvel, mais uma vez, acerta o tom e produz outra joia para este gênero de filme.

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