Começarei com Rafinha Bastos, que é o que esta em foco no momento.
Não assisto a TODOS os programas do CQC. Mas acho que é um dos melhores do país. Também vejo como uma atração FUNDAMENTAL na construção de um interesse essencial sobre política e assuntos relevantes, usando o HUMOR para chamar atenção da população sobre temas que todos deveriam acompanhar.
O Programa conseguiu seus objetivos, incomodou os políticos, jogou luz sobre uma série de questões que toda semana ganham os TTs do país e geram reflexões, debates, alem de desnudar a IGNORÂNCIA de nossa classe política.
A Bancada que é formada pelo excelente Marcelo Tas e seus aliados que se utilizam de comentários divertidos e polêmicos, é o estalo necessário para criar o fogo que se espalha no rastilho de pólvora e segue em direção aos alvos de maneira certeira.
Todavia, acompanho as declarações de Rafinha Bastos, através da imprensa e de seu Twitter e sei que seu perfil é provocador e muitas vezes politicamente incorreto, o que equilibra essa onda chata de “falso moralismo”.
Rafinha tem mais de 3 milhões de seguidores, foi indicado pelo New York Times como o perfil mais influente do Twitter, logo carrega uma GRANDE RESPONSABILIDADE em suas Ações, atitudes e escolhas.
Além disso, comanda um excelente programa que todos conhecem, chamado “A LIGA”, que vem ganhando força e espaço com um jornalismo investigativo e levando denuncias que repercutem como terremotos de grau máximo na mídia e entre todo o público.
Mas o poder demais e a influência, podem cegar as pessoas. Normalmente cega. E nesse momento é que um ser humano cheio de virtudes e que se faz necessário num país onde ter opinião é crime, que o equívoco acontece.
E aconteceu. Mais de uma vez inclusive.
Certas piadas, podem gerar problemas na mesma intensidade que algumas denuncias podem gerar reflexões.
E Rafinha Bastos, depois de fazer uma piada sobre ESTUPRO ( que sim, foi uma piada de PÉSSIMO GOSTO ) que desrespeitou as mulheres e a quem possa interpretar MAL, justificou um crime ( HÁ QUE SE LEMBRAR QUE ESTAMOS NUM PAÍS DE ANALFABETOS FUNCIONAIS ) passou dos limites a fazer uma brincadeira com a vida pessoal de uma pessoa pública, ignorando os limites do bom senso.
Esse limite NÃO PODE SER QUEBRADO, sob a condição de que tal exemplo se torne uma postura influente e possa fazer com que pessoas INCOMPETENTES E INCAPAZES do mesmo senso de humor e da mesma sagacidade resolvam tentar o mesmo impacto e comecem a IVADIR A VIDA PRIVADA de artistas e anônimos.
Se Rafinha tem condições e intelecto para conseguir discernir a piada do desrespeito, EXISTEM MUITOS DE SEUS SEGUIDORES E IMITADORES que não tem.
Então, no caso relacionado a Wanessa Camargo, creio que um limite foi quebrado e como toda Ação tem uma reação as consequência foram do tamanho do seu desrespeito.
Sou pai de 2 crianças, e se um homem diz publicamente que comeria minha mulher e meu bebe, sinceramente, ele não perderia só o emprego. Esse tipo de piada fere algo muito maior do que apenas a imagem pública do atingido, fere a dignidade. A onda de brincadeirinhas de mal gosto de pessoas que resolvem passar esse tipo de gracinha para frente é muito grande, e às vezes, nós artistas, jornalistas, formadores de opinião, não conseguimos dimensionar o tamanho do problema que isso causa na vida e no íntimo de uma família.
Respeito é bom e preserva os dentes, nesse caso específico preserva o emprego também. Sou a favor de uma segunda CHANCE Rafinha Bastos, pois acho que com o nível de inteligência que ele possui, deve ter percebido que fez uma CAGADA MONUMENTAL.
Torço para que o mesmo tenha dignidade de se desculpar ( se já não se desculpou) e que assumindo que perdeu a noção do bom senso, VOLTE AO CQC.
Torço para que a direção da emissora dê ao Ícone do Humor, uma chance de mostrar que é Possível cometer um erro, sofrer as consequências dele, seja pelo afastamento temporário e lhe dê a oportunidade de consertá-lo.
Todavia, que fique CLARO para os engraçadinhos de plantão, que este tipo de atitude não é o caminho mais adequado a quem trabalha com HUMOR. O Humor, mesmo o mais ácido, deve ser regido pela inteligência e não pela falta dela.
Vejamos as cenas do Próximo Capítulo.
Lembro de assistir o Rafinha, ainda Anônimo num Bar em SP. Então, fica aqui meu desejo de que ele retorne ao programa e faça sua parte como sempre fez.
Partindo agora para minha posição sobre Cláudia Leitte.
Apesar de não ser amigo íntimo, apenas conhecê-la de backstages onde por ventura tenhamos nos encontrado, achei equivocada algumas colocações que foram feitas a respeito do que foi expressado em seu blog.
Como estou acostumado a ser mal interpretado, me identifiquei com a questão e na medida do que me cabe, tentarei mostrar o que entendi, sobre o Parágrafo que foi vendido como se Claudia tivesse chamado os roqueiros de nazistas.
“Não gostar de Axé é normal! Anormal é achar-se superior porque conhece John Coltrane ou porque adora o Metallica. Procurem no Google sobre a história de um ariano que se achava superior aos judeus…
Há tanto por fazer. E pessoas com voz ativa, com acesso à internet, manifestam-se como se fossem melhores que as outras porque curtem o LED ZEPPELIN… Hein?”
Pois bem.
Quando mandei um tuíte para Cláudia dizendo que não sou uma apreciador do estilo, mas que nem por isso teria algo contra a PESSOA dela e de que o texto continha a emoção do seu momento de reatividade em relação as críticas, em seguida li o Texto de meu amigo Felipe Voigt, que disparou sua metralhadora fatal, tendo suas opiniões disseminadas feito uma tempestade de fogo por toda a rede. Ambos com seus direitos de livre expressão, estava observando os dois lados.
MINHA INTERPRETAÇÃO.
Quando Claudia coloca em seu texto a referência a um “Ariano que se achava superior aos Judeus”, a meu ver, quis apenas mostrar que a intolerância e o sentimento de SUPERIORIDADE, podem gerar sentimentos de ódio e consequentemente de falta de respeito.
É muito comum na Rede que as pessoas protegidas pelo anonimato, Confundam ÓDIO com diversão. E sem perceber sigam alimentando determinadas posturas que acabam se tornando tão usuais que acabam passando despercebidas e logo banalizadas. O que pode ser um comportamento perigoso para essa geração de adolescentes que passam mais tempo na frente do computador do que convivendo com o mundo real.
É fácil criar um perfil no Twitter, por exemplo, apenas para difamar e ofender alguém, seja artista ou anônimo. Difícil é fazer como o Felipe Fez e escrever a critica com argumentos ( mesmo que eu não concorde com alguns ) e colocar a cara para bater.
Nós que gostamos de Rock, tendemos sem Duvida nenhuma, a subestimar e até menosprezar outros estilos e isso esta ligado ao fato do Rock ter um comprometimento com uma postura critica e ideológica, que é o que o difere de outros estilos. Talvez nesse momento é que venha a sensação de que temos algo de Superior. Dentro do próprio ROCK, por várias vezes me posicionei em relação a outras bandas, mas não como se fosse melhor do que eles, apenas por entender que IDEOLOGICAMENTE, estavam usando o estilo para promover uma postura vazia e mercenária. De dinheiro e espaço, todos nós precisamos, mas nem por isso devemos aceitar e prestar qualquer papel.
AH, mas você participou de um Reality show o que é uma coisa fútil.
Bobagem. Entrei na casa das pessoas que não me conheciam durante 3 semanas e plantei uma série de questões relacionadas as causas sociais e políticas que defendo. Usei a MÁQUINA para chegar onde não chegava, porque uma outra parte da máquina vinha me censurando e me boicotando ( continuam ). Isso, chama-se estratégia. Mas não é sobre isso este texto.
A volta toda, foi para dizer que a meu ver o que Claudia quis expressar foi apenas que o ar de Superioridade de algumas pessoas, incluindo o tal Ariano que causou um genocídio historio esta relacionado com uma postura que se baseia em diminuir os outros por suas escolhas e atividades. Basta conhecer um pouco de história para saber que o recurso usado pelos Nazistas foi exatamente a exaltação de sua raça para, seus dotes, suas capacidades para justificar o extermínio e a dominação dos demais.
O erro de Cláudia, foi escrever sob a condição da emoção do momento. E não lembrar de que em troca de acessos a sites e blogs, muita gente se aproveitaria de manchetes sensacionalistas para chamar atenção. Como não existe por parte da maioria o hábito da leitura de TODOS os lados, antes de emitir uma opinião, acabou gerando um transtorno maior do que o necessário.
Fiz um post sobre a diversidade de estilos e o porquê disso no Rock in Rio, que a quem possa interessar, esta logo abaixo deste. Milhares de pessoas leram e entenderam.
Não gosto de Axé, não sei nada sobre rivalidades entre Claudia e Ivete, se é que existe e como alguém que ouve ROCK e segue a filosofia do ROCK, independente de tocar ou não numa banda de rock, só quero deixar claro que em momento algum me senti comparado a Hitler ou a seus seguidores.
A cegueira tende a nos jogar uns contra os outros.
Mantenho minha posição de que o ROCK esta vinculado a critica e a ideologias, o que o torna DIFERENTE apenas dos estilos que se propõem apenas ao Entretenimento, mas isso não significa SUPERIORIDADE. Logo, quem se acha superior e pensa que pode subjulgar outros estilos, pode SIM, sem querer cometer erros.
Mais uma vez, dentro do ROCK, FAÇO MINHAS CRÍTICAS A NOVA GERAÇÃO, apenas por estarem usando o nome do ROCK (na MINHA OPINIÃO) para fazer fama e dinheiro sem se preocupar em construir uma linha critica ( que é a proposta inicial do estilo) para seus fãs que em grande maioria são jovens.
ASSIM, entendi o que Claudia Leitte quis dizer em seu texto, mas entendi o que Felipe VOIG quis dizer com o dele e acho que ambos tem o LIVRE direito de expressar suas opiniões, e há quem vá concordar ou não, inclusive comigo, nesse momento.
Reflitam.
Depois de passar por tudo que vivi e chegar ao Rock in rio, num próximo Post, descrevo a sensação mágica de ter estado na frente de 100 mil pessoas e ser OVACIONADO por elas ;)
Postado por Tico Santa Cruz no Clube da Insônia
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